sábado, 13 de abril de 2013
"Se você deixa de ter alguém ou alguma coisa, sente sua perda e, depois, passado algum tempo, preenche o buraco que ficou em sua vida, a ausência, aos poucos, fica cada vez menor e, afinal, desaparece. Há um sentido na dor. Há um motivo e uma direção para ela. Mas eu não ganharia nada em sentir ciúmes. E o pior é que o ciúme era causado por mim mesma. Era minha própria imaginação que me provocava a dor. Era o equivalente emocional a eu pegar uma navalha e dar um grande corte em meu braço, em meu estômago ou minha perna. Ciúme era automutilação. Tão doloroso e inútil quanto. E eu sentia a dor não porque algo acontecera comigo, mas porque deixara de acontecer. Por que algo que acontecia entre duas outras pessoas e não me envolvia me feria tanto? Ora, que droga, eu não sabia. Só sabia que feria."
Melancia
Marian Keyes
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